A minha sessão de gravidez

Esta minha última gravidez não foi fácil :/ Aliás, também não o foi a primeira, mas esta conseguiu encostar a outra à box! Muitos sustos, muitos medos (que isto de sofrer pelos filhos leva a um aumento exponencial de peso nos corações!)

Sempre quis registar a evolução da minha gravidez, o aumento da curva mais mágica que alguma vez o meu corpo teve, e lá o fui fazendo, não com grandes pompas e cuidados com luz e composições fotográficas (casa de ferreiro, espeto de pau, já sabem!) mas o separador de favoritos do meu telemóvel lá foi ficando recheado com algumas selfies captadas em frente ao espelho.

06.jpg

Fui sempre adiando a tão famosa sessão de gravidez, uma nos moldes das que faço às minhas queridas famílias... não sei bem porquê... talvez por me sentir derrotada no confronto da realidade com as minhas expectativas... sim, talvez...

Mas, após uma (das muitas!) consultas e ecografias, em que a esperança de ter um parto de termo, com o bebé em casa logo a seguir, ficou totalmente por terra, decidi: tem que ser agora! Devo isso ao meu filho que irá nascer. Vou fazer isto por ele, para começar a criar a sua história de amor ilustrada com imagens. Devo isso à minha filha, que nunca esteve entusiasmada com a vinda de um irmão e que o seu único desejo expresso era o de desenhar na barriga grávida da mãe, tal como sempre viu nas fotografias que a mamã cria de outras grávidas.

Não recorri a amigas(os) fotógrafas(os). Não tinha em mim o ânimo para uma sessão "à séria". Optei por uma versão caseira, intimista, em que o tripé sacudiu o pó e entrou em cena (finalmente dei uso àquilo!). Dei um ws "espécie-de-micro-iniciação-em-cima-do-joelho-à-fotografia" ao meu marido (para algumas das fotos que não funcionavam com tripé), defini os settings da câmera e...ACÇÃO!

Hoje sei que foi a melhor decisão a tomar! Adoro as fotos. Olho para elas e sinto na pele todas as emoções que sentia naquele momento. Todas tão intensas. Numa das imagens comecei a chorar... quando fiquei junto ao Pedro e nos olhámos, olhos nos olhos, todo um turbilhão de sentimentos aflorou... e chorei... chorei no meu porto de abrigo. Eram lágrimas de medo, de ansiedade, de esperança, de amor.

Tenho as minhas fotos, as nossas fotos de espera do nosso Manel e ele, daqui por muitos ou poucos anos, poderá ver o quanto já era amado <3

Sei bem que a gravidez nem sempre é estado de graça. Às vezes não tem graça nenhuma, até! Mas, se não quiserem captar estas imagens por vós, captem-nas pelos vossos filhos! Eles irão, com toda a certeza, agradecer-vos :)



ana camacho