Eu não te vou maçar com aquele discurso tão repetido, de que a gravidez é um marco muito especial da vida de uma família, e que passa demasiado rápido (e que vai deixar saudades, apesar de quaisquer contratempos que se vivem nesta fase!). Acredito que já tens consciência disso!
Não. Não te quero maçar com discursos banais! Até porque a tua gravidez pode estar a ser o oposto de todas as maravilhas que tanto se apregoa, e dás por ti a contar os dias para que chegue ao fim (aquele fim fofo em que ficas com o teu baby nos braços ;) )
Não. Como te disse, não me quero divagar nesses discursos! Vou-me cingir aos factos, reais para qualquer estado de espírito em que possas estar a viver a gravidez e que, mesmo que não me reconheças a razão neste momento, uma coisa te garanto: vais-ma dar daqui por um tempo ;)
“E que factos são esses, Ana?”
Primeiro. O teu filho vai AMAR ver-te grávida, sabendo que era ele que ali estava dentro da tua barriga. Vai adorar ver como foi esperar por ele.
Segundo. Se não guardares este pedaço da tua história, da vossa história, vais-te arrepender. Podes ter a certeza absoluta disso.
Terceiro. A gravidez tem um fim, sempre, e uma vez terminada, já não dá para ser fotografada. (sei que este ponto parece muito óbvio, mas senti que fazia sentido reforçá-lo!).
Vou partilhar contigo uma pequena história, da minha gravidez do meu Manel. Foi uma gravidez péssima!! Do início ao fim! Para que possas ter uma ideia mais nítida dos níveis de stress que vivi nessa altura, imagina-me a sair a chorar compulsivamente em praticamente todas as ecografias realizadas. E não, não era de alegria! Era de medo. Ele não estava a crescer (entre outros grandes desafios na gravidez) e eu fiz de tudo para que ele aumentasse o percentil, com prejuízo pessoal. Ganhei imenso peso, e estava longe de me sentir bonita, com aquele brilho especial da gravidez que tanta gente fala. Podemos dizer que o meu “estado de graça” não teve graça nenhuma!
Bem, mas não te quero deixar nervosa, ou triste, ou melancólica (que isto das hormonas nestas alturas pode ser bem duro!). Não é esse o meu objectivo com esta minha partilha.
O que eu quero dizer é que, mesmo não me sentido bonita, nem alegre (que isto do medo consome-nos por dentro!) fiz questão de guardar este pedaço da história da minha família.
Não por mim. Por ele, o Manel.
E hoje, ele adora ver todas aquelas fotografias dos momentos em que o esperávamos! E mais. Também eu. E estou muito grata por ter todos aqueles registos. São testemunhos de amor.
Esta sou eu! A Ana que ama a Fotografia e que tem como missão criar imagens que valham muito mais que 1000 palavras!